Vítima de acidente aéreo nesta
manhã de sábado, 25, morre o criador de zebu, ex-diretor e ex-presidente da
ABCZ, Orestes Prata Tibery Junior e sua esposa, Elen Martins Prata Tibery.
O acidente ocorreu próximo a cidade
de Água Clara, município que fica a 193 quilômetros da cidade de Campo Grande,
Mato Grosso do Sul, mais especificamente na área pertencente a Fazenda Serena,
vitimando também o piloto da aeronave.
Em depoimento, publicado em 03/08/2012, pelo Grupo Publique,
Orestinho externou sua visão sobre o Zebu, que, aqui o transcrevemos como uma
simples homenagem.
"Até hoje não conseguimos definir o tipo ideal, com
caracterização, carcaça e peso semelhantes, como, por exemplo, a Raça Angus
conseguiu.”
“Passamos por várias etapas de modismos, todos eles
desastrosos. Primeiro os baixotes, de perna mais curta, depois o pernaltas e,
agora, a moda mais difícil que é a dos super pesados.”
“Esta, para nós a pior de todas, porque influi negativamente
na fertilidade das vacas e dos touros.”
“Nas pistas, continuamos valorizando os mais pesados, isto
faz com que vários expositores tradicionais abandonem as exposições por saberem
o quanto o super peso prejudica os seus rebanhos.”
“Estamos valorizando vacas de 1.000 kg. Os bezerros estão
nascendo com 50, 60 e até 70 kg, naturalmente precisando de ajuda do vaqueiro
ou do veterinário fazendo cesariana.”
“Por que todos nós que temos criação de gado elite para
pista e criação a pasto, praticamos estas seleções de maneira tão diferente.”
“A segunda, que é a menos valorizada, é, com certeza, a
ideal, pois, descartamos as vacas que não dão leite, as que não parem todo ano,
as bravas etc.”
“Na seleção elite para pista tudo isto é desculpado, pois,
como vamos descartar a vaca “fulana” de altíssimo valor porque não da leite e
só consegue prenhar através de métodos artificiais.”
“Temos o processo da FIV que “desencrava” estas vacas
maninhas espalhando a genética da sub fertilidade para a pecuária nacional.”
“O processo da FIV, se praticado só em vacas de conhecida
fertilidade e habilidade maternal traria um benefício fantástico para a nossa
pecuária.”
“Porque exigem que touros de centrais tenham regras
expedidas pelo computador sem levar em conta a boa caracterização, alguns com
aprumos retos e outros defeitos exteriores, não aceitando touros puros de
caracterização e carcaça perfeitas com certificado Elite expedido pela ABCZ,
reservados pelo criador que conhece toda a família e não é escolhido só pelo
tipo. Nenhum criador consciente reserva touro de vaca que tem problema de
fertilidade e habilidade materna. Seria como dar um tiro no pé.”
“Por que não podemos usar o touro que queremos deixando a
critério dos criadores usá-los ou não.”
“Graças a selecionadores como Torres Homem, Rubico Carvalho,
Celso Garcia, Rodolfo Machado e Durval Menezes, fizemos um rebanho
extraordinário. Eles fizeram os seus plantéis, acasalavam e curtiam a
expectativa do nascimento de uma “mosca branca” como dizia o nosso saudoso Dr.
Alypio. E, moscas brancas nasceram aos montes dos rebanhos destes visionários
competentes.”
“Agora tudo mudou, a seleção do criador deve ser direcionada
para DEPS “positivos” e os touros selecionados por programas que deveriam ser
iguais, mas não são. Confiamos no da ABCZ, outros no da EMBRAPA, outros no do
Raisildo. Qual deles seguir?”
“A grande maioria dos criadores tradicionais está fora das
pistas. Criadores estes com um cartel enorme de campeonatos nacionais, quando
os animais eram tratados com “arroz e feijão” e o super peso não era fator
decisivo nas premiações.”
“Sabíamos como os juízes procediam. Seguiam o padrão racial
da ABCZ a risca, animais com defeitos desclassificantes eram retirados. Não
havia discrepância no julgamento dos animais que concorriam juntos em
exposições diferentes.”
“Hoje, temos assistido animais tirarem 1º lugar e em outra
exposição 8º ou mesmo não ficando entre os selecionados. Falta critério, falta
respeito ao padrão racial que deveria estar no bolso dos juízes. Não estamos
generalizando, temos alguns excelentes juizes.”
“Os criadores foram descartados dos julgamentos, como estão
sendo descartados como selecionadores se não disserem “AMÉM” às novas regras.”
“Vamos continuar selecionando à nossa maneira e de muitos
outros criadores acreditando na habilidade materna, no cio natural nos bezerros
que nascem com 35 a 40 kg, valorizando as características raciais, a carcaça
precoce e corrigida, na importância dos bons aprumos, nas vacas femininas e nos
touros, que, quando vemos, dá vontade de usar."
Aos familiares e amigos os
sentimentos da diretoria, funcionários e associados da GirGoiás.
Luiz Alberto de Paula e Souza,
presidente
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